Verde mais verde não há

 Em Cultura de Empresa, Liderança, Propósito

Verde que me quero verde. O mundo corporativo a querer ser verde, a clamar pela sustentabilidade para atingir os critérios ESG sem os quais os accionistas torcem o nariz. Porquê? Porque os consumidores estão cada vez mais inclinados a confiar e permanecer leais a marcas que demonstram um compromisso genuíno com a sustentabilidade. A percepção de que uma empresa está a contribuir positivamente para a sociedade e o meio ambiente pode aumentar a confiança dos consumidores, logo o volume de negócio também aumentará.

Mas quem diz consumidores, diz fornecedores, comunidade e empregados. Aspectos como relações de trabalho, condições de trabalho, direitos humanos, diversidade e inclusão, e envolvimento comunitário têm de ser pensados. As empresas são avaliadas pela forma como tratam os seus funcionários, fornecedores, clientes e as comunidades onde operam.

A sustentabilidade e a confiança estão intimamente ligadas através de práticas transparentes e responsáveis, investimentos éticos, consideração pelas futuras gerações e inovação, só para nomear algumas. Cada uma dessas conexões ajuda a construir um ciclo virtuoso onde a sustentabilidade promove a confiança e, por sua vez, a confiança apoia ainda mais o desenvolvimento sustentável.

Transparência e responsabilidade são conceitos chave e que devem ser transformados em atitudes e comportamentos. Pequenos comportamentos ou atitudes podem ter um impacto significativo na quebra de confiança, mesmo que inicialmente pareçam insignificantes. Exemplos como o das promessas não cumpridas, mesmo em pequenas coisas – como não cumprir um prazo ou estar sempre atrasado para um compromisso – quebram a confiança; ou a incoerência, i.e., acções que contradizem o que foi dito anteriormente; as omissões, como deixar de comunicar informação importante ou omitir pequenos detalhes que quando descobertos levam os outros a pensar que algo maior pode estar em causa. O comportamento não ético, a desconsideração pelos outros, como esquecer o que foi compartilhado por alguém e que leva o outro a sentir-se desvalorizado; pequenas alterações em serviços ou produtos sem informar os consumidores. A lista é infindável.

Em resumo, pequenos comportamentos ou atitudes podem ter um efeito cumulativo na quebra de confiança e em sequência na reputação. A confiança é construída através de acções consistentes e transparentes ao longo do tempo e a negligência em pequenos detalhes pode minar essa base, resultando em desconfiança e deterioração de relacionamentos pessoais e profissionais.

É sempre um desperdício destruir rapidamente algo que, muitas vezes, levou tanto tempo a construir. E a sustentabilidade não comporta desperdícios.