Obrigada!

 Em Coaching, Desenvolvimento

Em jeito de agradecimento por todos os Parabéns que a dPA recebeu ao longo da última semana pelos seus 4 anos de actividade, deixo-vos aqui a entrevista que a revista Máxima me fez sobre a utilização das redes sociais.

  • Qual a importância das redes sociais enquanto ferramenta de recrutamento?

Hoje, as redes sociais, são um meio poderoso de pesquisa de potenciais candidatos. Há muito que terminou o tempo dos anúncios de emprego na imprensa pois não é aí que as novas gerações procuram oportunidades e mesmo se os há, vão aparecer replicados online. À escala global são biliões os utilizadores das redes sociais, o que significa que quem não está presente é como se não existisse. As próprias empresas têm as suas páginas nas principais redes.

 

  • O que leva empregadores a irem ver o que os seus potenciais empregados publicam nas redes sociais?

Somos aquilo que partilhamos. Quem entra numa rede social é desde logo convidado a criar um perfil, a apresentar-se. A forma como o fazemos, desde a fotografia que se escolhe ou a sua ausência, os gostos que se enumeram, as pessoas ou entidades que seguimos, a frase que eventualmente se escolhe como assinatura, diz muito de cada um. Depois, o perfil vai sendo construído quase sem se dar por isso. Que conteúdos partilhamos, que comentários fazemos, apesar de na forma escrita, deixam perceber se somos mais ou menos agressivos, assertivos, conciliadores, emotivos, sensatos, se temos sentido de humor ou se nos levamos muito a sério. Até o número de seguidores que a pessoa tem nos pode dar alguma indicação. Sendo certo que as entrevistas pessoais são indispensáveis para validação, toda esta informação acaba por ser valiosa. Mas atenção, é preciso estar treinado para ler nas entrelinhas e para evitar o enviesamento quando se avalia um perfil.

 

  • Como é que as pessoas que partilham aí as suas opiniões políticas são vistas por eles? O que é que isso pode revelar delas?

 As opiniões políticas são isso mesmo: uma opinião que não tem de ser a mesma do recrutador ou do empregador. Mais uma vez, é a forma como é partilhada que pode revelar mais ou menos de quem o faz.

 

  • De que forma é que um perfil pode servir como impulsionador ou limitador de uma candidatura de emprego?

Em primeiro lugar, depende do perfil que se procura. Se conseguimos perceber num perfil características que correspondem ao que procuramos somos levados a estabelecer um contacto e em muitos casos também pode acontecer o ‘benefício da dúvida’ que será validada telefónica ou pessoalmente. Já um perfil com informação muito reduzida, como por exemplo aparece por vezes no Linkedin, é limitador. Isto porque o recrutador vai naturalmente focar-se em quem lhe dá informação. Outro exemplo, é o daquelas pessoas que foram aconselhadas a estar presentes nas redes sociais como meio para encontrarem trabalho, mas que se limitam a divulgar ‘ À procura de emprego’, sem qualquer investimento no conteúdo do perfil. Isso não serve para nada.

 

  • Será correto um empregador penalizar um potencial empregado pelas suas crenças ou opiniões políticas? Isso não será uma forma de discriminação? Não é julgar o livro pela capa?

 Nem pelas opiniões políticas, nem pelo género, nem pela religião, nem pela raça, nem pela orientação sexual.

 

  • Existe uma regra de conduta para a partilha de opiniões?

 A regra é: estou confortável com o que digo ou com o que mostro perante centenas, milhares, milhões ou biliões de pessoas? Se esta audiência estivesse à minha frente, fisicamente, o meu comportamento seria o mesmo?

 

  • Há temas que não devem mesmo ser discutidos nas redes sociais? Se sim, quais?

 Desde que bem fundamentados numa argumentação sólida e coerente, qualquer tema pode ser discutido. E sobretudo, desde que a discussão seja acerca de temas e não de pessoas. Cada vez mais se assiste ao insulto pessoal descontrolado, sobretudo no Facebook que é a rede com mais utilizadores activos.

 

  • Onde é que fica a liberdade de expressão no meio disto tudo? A contenção naquilo que publicamos não poderá estar a limitá-la?

 O conteúdo não deverá ser contido, a forma sim. Posso dizer tudo o que quiser a quem quiser. As consequências só dependem da forma.

 

 

  • E a personalidade de cada um? Não será posta em causa?

 Mais uma vez, quem se sente confortável com as afirmações, comentários, opiniões, ou fotografias que partilha numa rede social, quem aguenta a discussão de um tema com argumentação fundamentada, preserva a sua individualidade.