Elevadores horizontais

 Em Desenvolvimento, Gestão de carreiras, Gestão de Talento

Leio na última edição do jornal Dinheiro Vivo que, “em 2028 poderemos vir a ter elevadores horizontais a mover as pessoas”. O CEO da Thyssen, num exercício proposto pelo jornal de previsão do futuro, afirma que “daqui a dez anos vamos ver edifícios mais conectados, com elevadores não só verticais mas também horizontais que liguem as estruturas. Pode ser uma realidade, pode ser bastante diferente, mas tudo será possível no campo da mobilidade”.

Vem-me à ideia a mobilidade dentro das organizações, algo que as gerações actuais precisam para respirar. Hoje os percursos profissionais são feitos de “estacionamentos” cada vez mais curtos, dois anos numa organização já deixam um jovem inquieto. Alguém com 30 anos pode já ter passado facilmente por cinco empresas, mesmo se em algumas deu passos horizontais e não verticais.

Este pode ser um obstáculo que organizações com uma dimensão relativamente pequena enfrentam para reter talentos. A sua estrutura não lhes permite oferecer um plano de carreira ascensional a um jovem que, passado um período mais ou menos curto de aprendizagem, se vê sem perspectivas de evolução.

Para contornar esse obstáculo, e até em organizações de grande dimensão, há que ter em conta que os modelos de gestão de carreiras do passado estão obsoletos. Hoje, os planos de carreira são em ziguezague, versáteis e dinâmicos, favorecendo a integração dos colaboradores e incentivando a interdisciplinaridade. Permitem a participação em projectos transversais estimulando a mobilidade e enriquecendo a experiência de cada um. Consegue-se uma maior polivalência e espírito de equipa, fortalecendo o “Nós” e evitando a cristalização de competências e atitudes.

Mas atenção, se vai esperar pelos tais dez anos para criar “elevadores horizontais” para a gestão de carreiras na sua empresa, pode ser tarde demais. O talento não espera.