E se não os despedíssemos…

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No início da década de 90 visitei o Japão e fiquei espantada com a forma como a Sony anunciava que, naquele ano, iria recrutar menos 500 estagiários. Não ia deixar de recrutar, não ia despedir, iria apenas recrutar menos. Na época, no Japão, isto era notícia de primeira página de um jornal económico. Em contraste, hoje, reduzir, eliminar, conter, adiar ou despedir são palavras do quotidiano.

Tal como na nossa vida privada olhamos agora com mais cuidado para as despesas, desde os restaurantes à moda, também nas organizações o clima é de contenção. Hoje em dia, em vez de combinar uma reunião num restaurante, combinamos encontros directamente na empresa; se não queremos despedir, negociamos reduções de tempo de trabalho; se precisamos de alguém com «skills» específicos, não fazemos novas contratações, preferimos olhar para as pessoas que temos e desenvolvê-las.

Nesta época de contenção de custos, de gastos e de investimentos existem dois tipos de empresas: aquelas para quem a contenção significa despedir pessoas e aquelas para quem conter significa literalmente reter os seus melhores recursos: as pessoas.

Muitas organizações gostariam de desenvolver programas de estímulo para os seus recursos humanos mas, sobretudo as de pequena e média dimensão, debatem-se com uma questão: como identificar quem tem potencial e quais as melhores soluções para cada caso?

A resposta reside cada vez mais no «outsourcing» de especialistas na área de recursos humanos que assegurem o «assessment» de competências – uma ferramenta muito utilizada pelas organizações que querem identificar quem são os seus talentos e retê-los, que desejam desenvolver os colaboradores que são peças chave e atribuir-lhes novas responsabilidades ou que procuram constituir, internamente, equipas para novos projectos.

Actualmente novas competências são necessárias para fazer face aos tempos de incerteza que vivemos. Num processo de «assessment», depois de ajudarmos a empresa na definição das competências-chave necessárias, avaliamos as competências que existem na realidade entre os seus colaboradores. A empresa obtém assim um retrato completo das competências individuais e/ou de equipa dentro da sua estrutura, ao mesmo tempo que recebe um conjunto de orientações sobre a maneira mais adequada de reter talentos e desenvolvê-los. E de melhorar a produtividade.

(Artigo publicado em 2009 no Jornal OJE)