Diagnósticos perigosos

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Num recente episódio da série Good Wife, passada à volta dos casos de um escritório de advogados de Chicago, o opositor de um dos clientes resolveu, como forma de pressão, atacar os servidores do escritório de forma a que fossem tornados públicos os mails trocados entre todos os colaboradores do escritório.

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Já imaginou o que seria um ataque de um hacker que tivesse como consequência que todos na sua empresa tivessem acesso aos mails que todos escrevem entre si?

No referido episódio, o caos instalou-se no escritório de advogados e de repente, aquela pessoa que pensávamos ser um aliado de outra revelou-se num pequeno mail. O que era segredo deixou de o ser, as acusações múltiplas foram crescendo e o clima de tensão tornou-se insuportável. Até os partners terem percebido que tinham que fazer um acordo entre o cliente e a outra parte para acabar com o ciberataque. A normalidade regressou ao escritório e de repente todos reactivaram o relacionamento a que o dia a dia de trabalho obriga, não sem continuarem de vez em quando a mencionar uma ou outra das revelações surgidas pelo desvendar dos mails.

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Dei comigo a pensar nas consequências de uma situação como esta no clima de uma organização real. Será que poderia funcionar como catarse de uma série de conflitos tantas vezes latentes? Ou quem sabe, uma maneira eficaz de medir o clima de uma empresa? Poderia também medir a coesão de uma equipa ou a consistência da cultura organizacional?

Claro que não queremos ataques cibernáuticos como meio de diagnóstico de uma empresa, nem é positiva a catarse pela via ilegal. Este episódio, enquanto metáfora, pode alertar para a necessidade de encontrarmos metodologias para regularmente medirmos e solucionarmos a “tensão empresarial”.