Ai que preguiça!
Quando era miúda as férias eram grandes. Grandes quer dizer 3 meses inteiros. Eu gostava da escola e mais tarde do liceu e muito antes de se aproximar a altura do regresso às aulas já estava ansiosa por rever os amigos colegas, os professores e por ter cadernos novos. O que quer dizer que recomeçava alegre e com energia.
Mais tarde, quando iniciei a vida activa e à excepção de uma ou outra época do meu percurso profissional, essa energia do recomeço manteve-se. Quando falo com pessoas que sentem a mesma vontade do regresso ao trabalho, percebo o que é simples de perceber: todos gostam muito do que fazem e todos trazem novas ideias e projectos que querem pôr em andamento. É verdade que muitas vezes as ideias e projectos não passam disso mesmo e não chegam a ver a luz do dia. Só alguns deles vão em frente, mas são o motor que nos permite o recomeço entusiasta.
Quando se tem um emprego sem significado ou onde nos sentimos estagnados, o regresso de férias é sem dúvida doloroso. Então, talvez o projecto para o recomeço possa ser o de reflectirmos sobre ‘Como posso alterar a minha vida profissional?’. E se as oportunidades de mudança de empregador não abundam, a mesma pergunta continua a ser válida. Às vezes basta mudarmos a maneira de olhar para o que nos rodeia e aplicar a velha máxima ‘Comportamento gera comportamento’.
Qualquer trabalho tem inerente um conjunto de tarefas de que gostamos menos ou de que não gostamos de todo. Em qualquer equipa há pessoas de quem não gostamos. Qualquer chefia tem uma agenda diferente da nossa. O contrário também será verdade: há tarefas de que gostamos (serão aquelas para que temos mais competências?), há pessoas de quem gostamos (serão as mais parecidas connosco?) e há um lado da agenda da chefia que talvez possamos fazer coincidir com os nossos interesses (será que podemos conversar acerca disso?).
Estar aberto para uma mudança de olhar para o que existe à nossa volta, pode ser uma grande ajuda para deixar para trás um verão que teima em continuar.