A inovação é naquele departamento

 Em Cultura de Empresa

Sermos surpreendidos de maneira duradoura é cada vez mais difícil. Todos querem ser inovadores e criativos e é verdade que a velocidade a que aparecem novos produtos no mercado, sejam eles materiais ou sob a forma de serviços, é estonteante. Mal conseguimos acompanhar o ritmo de lançamentos e muitas vezes a rapidez com que nos decepcionamos com as promessas de um produto ou de um serviço é igualmente louca, atirando-os para o esquecimento.

Vem isto a propósito de um artigo que li na Harvard Business Review (HBR), ‘How Senior Executives Find Time to Be Creative’, em que é sublinhado que a característica número um que um Executivo procura quando recruta, é a criatividade, dado que, hoje, todas as empresas querem estar na onda da inovação e para tal precisam de pessoas criativas.

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Na verdade empresa que se preze tem hoje o seu departamento de inovação. Normalmente noutro andar ou até noutro edifício onde estão umas pessoas que olham para o negócio desejosas de o melhorar. Só não sabemos se o negócio, ou seja, o resto das pessoas que faz a empresa mexer-se, olha para eles. Há os que inovam e criam e há os que continuam a fazer como dantes, quando a inovação e a criatividade deveriam fazer parte da cultura da empresa. Exemplo: o departamento de inovação está a tentar aumentar a fidelização dos clientes,  enquanto quem atende simplesmente não escuta o cliente, ou porque foi um erro de recrutamento, ou porque foi um erro de formação, ou porque não há alinhamento entre todos e não há alinhamento sem comunicação.

E se a cultura da empresa veicular que todos podem ser criativos e o departamento de inovação for o motor para uma mentalidade diferente?

O que a autora do artigo, Emma Sepalla, perguntou a vários líderes inovadores foi como é que se põe em prática e como é que se arranja tempo para a criatividade. As respostas incluíram:

  1. Procurar o desconhecido: se não houver oportunidade para estar num ambiente fora da empresa, como aqueles onde se costumam fazer os encontros para reflectir sobre o negócio, o CCO da Google, um dos líderes inquiridos,  aconselha a leitura de revistas estranhas ao seu negócio como por exemplo a revista mensal de uma especialidade médica.
  2. Procurar a diversidade: parece cada vez mais evidente que grupos diversos são mais criativos.
  3. Dar-se espaço a si próprio, seja através da meditação (para quem consegue, é claro) seja a dar um passeio (que pode ser no terraço da empresa, como faz o líder do Facebook)
  4. Assumir limitações: as limitações criam uma tensão criativa

Estes são exemplos simples como só a criatividade sabe ser. Lembra-se de quando era criança? Não? Olhe para aquelas que lhe estão perto e pergunte-se o que deixou fugir. Porque se não permitir que a inovação e a criatividade sejam interiorizadas por todos na empresa, o que vai fugir é o negócio.