600 conselhos de carreira, é obra!

 Em Coaching, Desenvolvimento

Foi esta semana lançado o livro Como chegar a líder coordenado por Isabel Canha e Maria Serina da revista Executiva.

São 600 conselhos de carreira vindos de um conjunto de profissionais experientes. Como disse Soledade Carvalho Duarte na apresentação, “se os conselhos fossem bons não se davam, vendiam-se”. Por isso corram a comprar.

De qualquer maneira, como tive o privilégio de ser uma das co-autoras, deixo aqui o meu capítulo:

7 MOMENTOS EM QUE DEVE DIZER AQUILO QUE QUER

Acredito que podemos dizer tudo o que queremos a qualquer pessoa.
Só depende da maneira como o fazemos. Se é do género “Eu sou muito frontal, digo tudo o que penso’”, é provável que tenha experimentado alguns dissabores no seu ambiente de trabalho e até que tenha dito o que não
queria dizer. Por outro lado, se pratica “Eu respiro fundo e conto até 10 antes de dizer o que quero”, o seu discurso sairá mais suave, mas pode não ser percebido.
Entre estas duas formas de comunicar aparece a assertividade, com frequência confundida com agressividade. Muitas vezes o medo que temos de dizer o que queremos, e que nos leva a ficar calados, pode acontecer porque conhecemos a nossa dificuldade em controlar as emoções. É com uma atitude assertiva que pode dizer tudo o que quer, sendo firme e suave em simultâneo e, sobretudo, garantindo que a sua linguagem verbal é coerente com a não verbal. Quer dizer que, por exemplo, se quer convencer a sua chefia de que merece a promoção vai ter que olhá-la nos olhos. Também não vai dizer que está de acordo com o que um colega lhe diz a encolher os ombros.
Mas deixemos o como e vamos ao quando. Quais são os momentos-chave em que deve dizer aquilo que quer, sob pena de ser difícil reverter a situação?

1. NEGOCIAR A REMUNERAÇÃO

Antes de mais: tem uma boa relação com o dinheiro? Se sim, óptimo. Mas se não está à vontade para falar sobre ele e acha que é feio fazê-lo, é natural que não diga o que quer e aceite contra vontade o que lhe oferecem.

Para sentir-se mais confortável num momento tão importante como este, ajudará conhecer o seu valor no mercado, que não é ditado pelas suas despesas mensais, mas sim pelo sector onde trabalha, pela dimensão da empresa e pela função que tem. Se trabalhar para uma grande empresa tecnológica e se a sua função for estratégica ou crítica para o negócio, o seu valor é alto e é provável que seja o mercado que anda a olhar para si.
No extremo oposto, se trabalha para uma média empresa do sector da construção e a sua função é de suporte ao negócio, o seu valor decresce consideravelmente. Depois desta avaliação, está em condições de dizer o que quer com firmeza e sem receio.

2. CANDIDATAR-SE A UMA PROMOÇÃO

Quer evoluir e existe a possibilidade de subir mais um degrau? Antes de dizer o que quer, há trabalho de casa para fazer: Porque pensa ser a pessoa certa para lhe ser dada essa oportunidade? Como vai acrescentar valor? Em que é que se diferencia de outras pessoas que também estejam na corrida? Se tem resposta para estas questões, pode avançar com um sorriso.

3. MANIFESTAR INSATISFAÇÃO COM O QUE FAZ

Acredita que as suas competências são desvalorizadas ou que as perspectivas de evolução são uma miragem? Se não manifestar a sua insatisfação, a sua chefia, embora devesse andar atenta, pode não adivinhar. Se tem a certeza que detém competências necessárias e críticas para a organização em que trabalha, antes de dizer, mostre aquilo de que é capaz.

4. ACEITAR UM NOVO DESAFIO

De tal maneira nos habituámos, por força de um mundo que nos surpreende constantemente, a sermos desafiados, que não concebemos que haja pessoas que não gostam de desafios e que queiram permanecer no que se convencionou chamar zona de conforto. Mas elas existem. E com legitimidade. Se pertence a esse grupo, saiba dizer não quando lhe colocam um desafio e tenha consciência de que aquilo que quer pode não estar alinhado com o que a empresa precisa. Se, ao contrário, procura os desafios, pode ter muitas perguntas a fazer: O que é esperado de mim? Que meios vou ter para responder? A quem posso pedir ajuda quando precisar? Pergunte e diga o que quer antes de o ‘jogo’ começar: não se mudam as regras a meio.

5. ACEITAR UM CARGO DE LIDERANÇA

Quando aceita uma posição de liderança na empresa onde está ou vai para uma nova organização, terá com certeza muitas perguntas que quer colocar. Analise o projecto e as suas variáveis e prepare-se para dizer aquilo de que precisa para desempenhar o cargo.

6. INTERVIR QUANDO ASSISTE A UMA CONFERÊNCIA

Quantas vezes já lhe aconteceu estar numa conferência e ter uma pergunta que gostaria de colocar? No entanto, não o fez por pensar que não vale a pena ou porque “a pergunta é estúpida’”, quando, logo de seguida, alguém faz a pergunta que tinha em mente e percebe que afinal até tinha pertinência. O que não é pertinente é fazer um discurso para mostrar que sabe tanto ou mais do que o conferencista. Uma pergunta curta e estruturada é sempre bem acolhida.

7. DEMONSTRAR INICIATIVA

Todos os pontos anteriores se referem a momentos de demonstração de iniciativa. Mesmo aqueles que lhe são propostos, como a resposta a um desafio ou a aceitação de um cargo de liderança. Diga o que quer através de perguntas. Elas são os nossos melhores aliados.