Uma coisa leva a outra

 Em Gestão de Talento

O mundo continua a girar a uma velocidade surpreendente. A minha cabeça quer acompanhar e às tantas vejo-me a ligar umas coisas e outras. Sempre que me assusto, lembro-me de partilhar.

Desta vez foi o Brexit que, mesmo que venha a dar em Brentry, nos tem mostrado o que não esperávamos ver numa cidade como Londres: manifestações de racismo e de intolerância face aos ‘estrangeiros’, como bem escreve Alexandra Prado Coelho na sua coluna do jornal Público de hoje.

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Então, tenho-me lembrado do que é preciso para uma sociedade ser criativa. E fui relembrar a teoria de Richard Florida que, para além de mostrar o quanto as cidades criativas (ele fala em cidades, eu pergunto-me se poderemos alargar para sociedades) são geradoras de riqueza, nos fala dos 3T: Tecnologia, Talento e…Tolerância! Diz ele que, uma cidade que possua estes três requisitos será uma cidade criativa. Ora, se tivermos que mencionar uma lista de cidades criativas no mundo, Londres surge à cabeça. Por isso, pergunto-me O que vai acontecer com Londres?

Há uns meses, estive em França a trabalhar num cliente multinacional com um grupo restrito. Mas  tive oportunidade de ir à cantina da empresa para almoçar. E, por muita diversidade que já exista em Portugal, fiquei fascinada com a miscelânea de culturas que encontrei a que, aliás, correspondia a diversidade de dietas disponíveis. É um exemplo em França, o que não quer dizer que seja de França. Esperemos que se possa manter, num país em que a intolerância espreita muitas vezes.

Depois, dos países e das cidades passei o meu pensamento para as empresas e para a procura de talento que domina o discurso actual. E pensei que Portugal é um país cada vez mais privilegiado para gerar riqueza com a criatividade: somos bons em tecnologia, temos talento e somos tolerantes. Até vamos receber a Web Summit este ano em Lisboa.

Temos muito talento português fora de Portugal, é um facto. Será que podemos atrair criatividade só com tecnologia e tolerância? Diz Richard Florida que não: os três requisitos têm que estar presentes em simultâneo. Mas também temos talento ‘estrangeiro’ e se calhar podemos atrair mais. Acho que é por estas razões que é tão importante que tenhamos capacidade para atrair e reter talento.